22 agosto 2013

Damned Blood - Capítulo 2

Eu não iria dançar. Não importava o que Mike e Jennifer fizessem para me convencer eu não iria dançar!
O baile de primavera estava chegando e anualmente a Wisky High tem a tradição de escolher cinco casais para apresentar uma dança, que tem de ser bem coreografada. Os casais disputam entre si pela coroa de rei e rainha do baile. O objetivo é arrecadar dinheiro com os ingressos das apresentações no baile para a escola, pois o governo da cidade não tem sido generoso e a escola está bem carente. E agora meus melhores amigos estavam tentando me convencer a participar. Eles disputariam juntos pela coroa e eu não fazia idéia de quem chamar.
- Por favor, Ammy, você dança tão bem e você nunca vem para o baile da escola, sempre fica assistindo a filmes de terror em casa e sozinha! – Jennifer apelou.
- Vocês sabem o que eu penso disso, pessoal. E mesmo que eu participe, quem seria o meu par?

Mike sorriu de sua carteira e indicou com a cabeça um cara distante de nossas mesas. Ele lia o livro de história quieto e quase não desviava o olhar, parecia bem concentrado. Tinha cabelos louros, lisos e soltos, músculos apertados contra a camisa de algodão de manga curta preta e até de longe eu podia ver pelo perfil que os lábios eram bastante desejáveis.
- O nome dele é Logan. – Mike disse – Entrou esse ano e soubemos que vai participar, mas... – ele mordeu o próprio lábio – Não tem um par.
- Nem pensar. – eu logo disse – Eu nem conheço o cara!
- Você só vai dançar com ele, não vai se casar! – Jennifer argumentou.
- Por favor, evite falar de casamentos na minha frente! – pedi, sabendo que se mencionasse o ocorrido de três dias atrás talvez eles desviassem o assunto para isso e eu poderia voltar a falar sobre a paranóia de minha avó e seu escapulário “mágico”, que por sinal, esqueci completamente de tirar e acabei me acostumando a ele no meu pescoço.
Mas então o sinal bateu e o professor Harris entrou na sala.
- Você não vai escapar tão fácil! – Jennifer disse, me cutucando da carteira atrás de mim, aonde sempre se sentava.

Sorri e me acomodei pra assistir a aula. Eu não odiava a escola, as aulas não eram tão difíceis e as pessoas de quem eu não gostava era só evitar me encontrar no corredor ou em qualquer outro lugar.
Estava distraída com a lista de questões que o professor passou, estavam no livro e eu só teria de procurar algumas palavras-chaves rapidamente, quando Mike me cutucou da carteira de onde estava que era ao lado esquerdo da minha e me passou um pequeno pedaço de papel dobrado sorrateiramente. Franzi o cenho, mas escondi o papel junto ao caderno e desdobrei pra saber o conteúdo.

SABE QUE EU NÃO VOU DESISTIR. O QUE EU TENHO DE FAZER PRA TE CONVENCER?

Revirei os olhos e ri levemente, virei o papel e escrevi no verso:

ME ARRUMA UM EMPREGO. TOPA?

O problema era que depois de tardes seguidas jogando em fliperamas sem pagar eu acabei acumulando uma dívida considerável, e como minha mãe se recusa a me ajudar e ainda por cima cortou a mesada pra me punir, eu tinha de arranjar um jeito de pagar, e rápido. Eu tenho um vício com jogos antigos.

TUDO BEM. APAREÇA AMANHÃ ÀS QUATRO NO INFERNO.
BELEZA. Eu disse.

Mike também era de uma família rica, eles tinham um império de lojas de sorvete e viviam dizendo que um dia Mike assumirá tudo, por isso ele chama todas as lojas de inferno, especialmente a que fica perto de sua casa porque os maiorais da escola que passam por lá vivem tirando onda com a cara dele por ele não ter escolha de emprego.
Eu iria trabalhar lá, mas não pra sempre. E o lado ruim de tudo isso era que agora eu tinha de convidar o novato pra dançar comigo.
Peguei minhas coisas da carteira quando o fim do horário foi anunciado e me dirigi para o meu armário para pegar os livros da próxima aula, sabia que Mike e Jennifer estariam ocupados com os detalhes do ensaio, então não me preocupei muito com eles. Vi o novato a dois armários distante do meu e me peguei pensando se valia mesmo a pena, quer dizer, eu nem conhecia o cara. Mas precisava do dinheiro.
Fiquei passando um dedo em volta do outro de uma de minhas mãos, coisa que faço quando penso apreensivamente, até que vi Lisa Watison se aproximar dele com aquele sorrisinho que sugeria segundas intenções. Ela não era uma má pessoa, longe disso, eu apenas não gostava de pessoas certinhas demais. Assisti a cena de longe para que os dois não me notassem.
- Oi, você é o Logan, certo? – Lisa perguntou com mais certeza do que dúvida.
- Sim. – ele respondeu – E você é?
- Lisa. – ela sorriu – Escuta... Tem esse baile chegando e eu queria saber se você ta afim de ir comigo?

Eu queria poder dizer que fiquei na minha, que não fiz nada e que apenas o deixei responder. Mas seria uma completa e descarada mentira. Avancei como quem não quer nada e envolvi Logan com meu braço por cima de seu ombro, sorrindo como se tivéssemos mais intimidade do que pensavam.
- Oi, Logan, você não me disse que tinha uma amiga. Quem é ela?
- Lisa. – a garota mesmo se apresentou, ainda bem, pois poupou o cara de um possível constrangimento. Já eu não estava nada constrangida, adorava estourar a bola dos outros, além disso, ele era minha única companhia pro baile disponível e eu não podia arriscar perder – Quem é você?
- Ammy. – sorri em uma falsa simpatia – Parceira do Logan pro baile de primavera. Vamos até competir pela coroa!
Logan me encarou, estreitando os olhos com aceitável confusão já que ele nem me conhecia, mas daqui a pouco iria me agradecer, Lisa costuma ser detestável quando queria.
- Boa sorte pra vocês então. – a garota disse e saiu, quase soltando fogos pelos olhos.

Eu ri e retirei o braço de seus ombros, me encostei em um armário à esquerda do seu e comecei a observar para ver qual seria a reação dele perante minha última loucura. Para minha surpresa ele apenas manteve seu sorriso curioso nos lábios, tirou um livro, fechou o armário e se afastou.
- O quê? Não vai dizer nada? – eu disse correndo atrás dele.
- O que eu deveria dizer? Ah é, que horas eu passo na sua casa?
- Como é?
- Você só fingiu estar comigo pra afastar a Lisa porque quer ir mesmo ao baile comigo, ou eu estou enganado? – ele arqueou uma sobrancelha e eu permaneci encarando-o, é, ele não era nada lerdo. E era alto, eu também era, mas ele me superava a um palmo mais ou menos e tinha um olhar de quem sabia mais do que falava. Só que alguma coisa me dizia que eu não iria querer descobrir o que era. Pela primeira vez na minha vida eu estava intimidada.
- Sete horas... – quase sussurrei, sentindo o sangue gelar de nervoso como não fazia em anos – Sabe onde fica minha casa?
- Família Dale. Importante em Seatle por seus imóveis caros. É, eu acho que sei onde fica.
- Hum... Quer mesmo competir pela coroa?
Ele me deu outro sorriso, mas sem mostrar os dentes, parecia rir por dentro da minha lerdeza pra concluir rapidamente que ele estava apenas zoando com a minha cara, e se afastou. Dessa vez eu estava sem mais perguntas.
E... Foi assim que eu conheci Logan.


E aí está o capítulo 2, espero mesmo que tenham gostado e, meninas, por favor comentem, não precisa ser os sete livros do H. P. aqui, só preciso saber que leram. Beijos
Respostas

20 agosto 2013

Damned Blood - capitulo 1 + Happy Birthday Demi!

Seattle, dias atuais.
-Por que eu tenho que usar essa roupa ridícula? – perguntei para minha mãe quando ela me entregou, por fim, um buquê de rosas para segurar durante a cerimônia de casamento da irmã dela. Eu seria a dama de honra e agora ela estava realizando o sonho de me tornar a boneca que não teve quando era criança.
- Eu não me importo de deixar você usar suas roupas largadas na escola, ou até mesmo na rua, mas o casamento da Sabrine é muito importante pra mim. E você não vai estragar esse dia! – seu tom foi firme, mas assim que ela se virou para ver se todos já estavam sentados eu revirei os olhos e mostrei a língua.

Não me levem à mal, mas vaidade nunca foi comigo, se a roupa me serve e se é confortável já é ótimo, quanto ao resto eu acho completo superficialismo. E dou graças a Deus por ter herdado os dotes físicos de minha mãe como os olhos azuis e o cabelo negro ondulado. Porém a franja esconde os olhos, minha pele é quase tão branca quanto papel e sou magra na mesma proporção, então já deu pra deduzir que eu não tenho muitos amigos. Só que eu não penso muito nisso e meus melhores amigos: Mike e Jennifer já são o suficiente pra mim.
- Ammy! – minha mãe me chamou – vou ver se Sabrine já chegou. Não entre até eu voltar. – eu assenti e ela saiu.

Fiquei esperando por uns quinze minutos, olhando para os convidados que me viam sem maquiagem alguma na cara ou aquela postura que sempre esperam de uma dama de honra perfeita e me encaravam como se eu fosse alguma aberração ou penetra da festa. Outras pessoas especulavam sobre o atraso exagerado da noiva, e talvez cochichavam sobre o que eu também pensava, que talvez ela tivesse desistido de se casar. Minha tia já estava quase duas horas atrasada e tínhamos recebido recentemente um telefonema dizendo que ela já estava a caminho, mas até agora nada.
 Eu estava na porta do grande salão da igreja, esperando apenas minha tia aparecer para entrar e distribuir tipicamente as pétalas de rosas por onde passava com aquele sorrisinho forçado.
Suspirei frustrada mais uma vez e olhei no relógio de pulso. Quase meia hora que minha mãe havia saído. Resolvi ver aonde ela se meteu, porque eu não tenho mesmo o costume de esperar sentada pelas coisas, se é pra acontecer essa droga de casamento que seja logo. Não fazia idéia de como era a cara do meu futuro tio, essa seria a primeira vez que eu o veria, mas não me importava muito com isso.
Caminhei até a entrada, deixando meu buquê com uma mulher no caminho e vi minha mãe aparentemente aflita ao telefone, na verdade, quase chorando. Aproximei-me dela que me encarou um pouco desapontada.
- Ammy, eu disse pra você me esperar lá dentro. O que faz aqui?
- A senhora não voltou, o que aconteceu?
Minha mãe me encarou do jeito que ela sempre faz quando vai dar uma notícia ruim, engolia seco e estreitava os olhos para não deixar as lágrimas escaparem. E eu comecei a me preocupar.
- Ela não vem!
- O que? Como assim não vem? Ela está bem?
- Não... – sua voz falhou antes que ela terminasse a frase – Ela sofreu um acidente!
- E o que estamos fazendo aqui? Por que não vamos pra lá?
Nessa hora uma mulher chegou apressada, chamando por minha mãe.
- Vamos, o carro está pronto!
- Tudo bem! – disse Marry, minha mãe – Ammy você vai pra casa com a tia Celi e eu vou pro hospital. – e então beijou rapidamente minha testa – eu te amo!
- Nem pensar. – protestei – está esquecendo que ela é minha tia também. Eu vou junto!

As duas mulheres se entreolharam e, vinte e cinco minutos depois estávamos todas no hospital procurando por alguém que tivesse notícias de minha tia Sabrine. Marry conversou rapidamente com umas três pessoas até finalmente sabermos que os ferimentos dela foram superficiais e que ela ficaria bem.
Horas depois eu ainda estava ao lado de minha mãe na sala de espera. Minha avó viúva, Betsy, nos encontrou o mais rápido que pode assim que soube do ocorrido.
- Que coisa – começou minha avó que estava bastante assustada até então – no dia do casamento dela um louco que se diz motorista bebe mais do que devia e bate o carro em uma árvore! – e balançou a cabeça – Coitadinha da minha menina!

Eu apenas assistia a cena sem dizer nada, pois não falava muito com minha avó. Ela era do tipo que encara a realidade de uma forma severa, nunca podemos mudar o que ela pensa, mas ela sempre se vê no direito de fazer isso conosco. Como o fato de ela ser completamente contra a esse casamento, diz que meu futuro tio não é uma boa pessoa. Então acho que ela não está de todo triste com esse acidente.
- Meninas, melhor vocês irem para casa, Já passam das dez e vocês devem estar cansadas!
- Não! – Marry se manifestou – Ela é minha irmã!
- Marry, a Ammy tem aula amanhã cedo e eu vou ligar pra dar notícias.
- Você promete?
- Ela vai ficar bem e vai ter alta amanhã de manhã, eu vou levá-la pra casa e tudo dará certo!

Minha mãe respirou fundo, aceitando os fatos e iniciou sua caminhada na direção do estacionamento, eu ia mais atrás, mas minha avó me puxou para um canto e o objetivo disso eu ainda não sabia, e a coisa ficou ainda mais sinistra quando ela começou a sussurrar:
- Meu anjo, nós tivemos sorte hoje por sua tia não ter morrido. Não posso contar-lhe o que aconteceu por enquanto, mas sei que em breve as coisas não serão mais tão simples. Por favor, leve este escapulário com você e não ouse desgrudar-se dele!
Ela me entregou um objeto bastante semelhante a um colar, porém era algo mais religioso. Era feito de prata e estendiam-se safiras por todo o cordão. Fiquei encantada com o presente, apesar de não ser muito amiga de jóias, mas não sorri, o clima da situação impedia isso.
- Obrigada, vovó, mas... Por quê?
- Ele vai proteger você do monstro que é esse homem. Sabia que sua tia não devia se envolver com ele!
- Espera um pouco, a senhora não acha que... Meu futuro tio provocou esse acidente, acha?
- Não acho, tenho certeza.
Ela parecia respirar com dificuldade.
- Mesmo que eu acredite na senhora, como um colar vai me proteger de um possível maníaco? E por que ele viria atrás de mim?
- Menina, você faz perguntas demais. Apenas confie em sua avó. – eu revirei os olhos e pus o escapulário no pequeno bolso do vestido – Não, nada disso. Ponha o colar no pescoço. Ande, me dê! – ela ordenou e eu obedeci, me virei e ela o pôs em meu pescoço, causando certo arrepio pelo contado com o objeto gélido – Agora vá, sua mãe a espera!

Minha avó tem o costume de contar histórias de terror para crianças e até hoje eu a ouço porque sei que não são reais e a admiro por ter tamanha criatividade, mas essa noite ela se superou na interpretação. Nunca a vi com tanto medo nos olhos.
Caminhei até o estacionamento e vi minha mãe com o motor do carro já ligado, sentada no banco do motorista, apenas me esperando. Sentei-me no banco do carona e pus o cinto. Silêncio completo. Não nos encarávamos e eu sentia certo desconforto com essa situação.
Minha mãe não se dava muito bem com minha avó por ela me incentivar a continuar do meu jeito, largada e irresponsável, e como somos de uma família rica isso não é muito bom para a imagem dos negócios. Mas Marry subestima minha capacidade.
Agora ela só está fazendo um pequeno voto de silêncio perante aos últimos acontecimentos: ela deu duro em um casamento que acabou em tragédia.
- Mãe, eu sinto muito. – sussurrei.

Ela não disse nada, não era mesmo do feitio de minha mãe. Dirigiu até em casa e foi dormir.




Oi, pessoal, eu fiz de tudo pra vir na lan house hoje só pra fazer uma dedicatória, nem que seja mínima nesse dia pra uma das pessoas que mais me inspiram que é essa diva. Não, infelizmente ainda não ganhei meu notebook, mas pus alguns capítulos no rascunho na casa do meu pai só pra poder vir de vez em quando e postar. Enfim, hoje o dia é da Demi e... O que eu posso dizer de uma pessoa que é tão linda, honesta, sincera, inspiradora, generosa, guerreira e... Não tenho palavras. Sou lovatic há seis anos e a cada dia me torno mais ainda, nas músicas, nas letras, na vida... Feliz aniversário, minha pequena linda! Eu e todos esses humildes fãs te desejamos muita paz, muita saúde, muita felicidade e que Deus te abençoe muito porque você merece.
Eu coloquei um espacinho aqui no blog para as duas únicas afiliadas que nunca me retiraram de sua elite, que são a Rebeca e a Amanda. Obrigada meninas! Beijos
Respostas