23 março 2013

Mini Fic - Life Choices - Parte 1


Havia um ursinho. Sim, um ursinho. Um ursinho de pelúcia. E Demetria estava agarrada nele. Agarrada com mais força do que poderia expressar enquanto ouvia os pais brigarem pela milésima vez, seu irmãozinho, quatro anos mais novo, chorava no berço e ela não poderia consolá-lo, já que não conseguia fazê-lo nem consigo mesma. E ela pensava, será que é tudo culpa minha? Será que tudo isso seria mais fácil se ela não existisse?
A verdade é que não. A vida dos seus pais seria a mesma merda que estava agora, ela existindo ou não, a diferença, é que com ela, sua mãe teria alguém por quem lutar.
Seu pai era alcoólatra e chegara em casa bêbado em uma noite de sábado pra variar e agora a mãe tentava cuidar do próprio marido que devia ter consciência plena do que é certo ou errado. Mas merda, o fato de a garotinha que vocês insistiram em por no mundo, aliás, o casalzinho, estarem em um quarto fechado, não faz eles ficarem calmos ao ouvirem toda a porcaria que vocês falam alto um do outro na hora da raiva!
Mamãe, você devia estar dando de mamar pro pequeno de quase seis meses que agora chora com fome e assustado. E você, papai, devia estar fazendo graça para tirar gargalhadas doces de uma garotinha de quatro anos que agora abraça o maldito ursinho de pelúcia que você deu a ela de aniversário.
Eu, com toda a certeza do mundo, gostaria de dizer que tudo isso, todas essas lágrimas, acabariam em breve. Mas não, para a infelicidade desses pequenos, ainda duraria um pouco mais.
Porém, quando acabasse...seria pra sempre!
Uma garota rebelde. Com dezessete anos e um cabelo preto embaraçado, uma bolsa tiracolo e roupas consideradas, no mínimo pela sociedade, de homem. Ela andava em direção a um curso de desenho que ficava próximo ao centro da cidade e seus olhos vagavam pelas visões de uma tradicional civilização, se distraindo facilmente com qualquer uma delas, porque, de fato, sua vida não era mais interessante que elas.
Chegou até seu curso o frequentou como sempre fazia, ouviu a professora explicando e executou o que entendeu em seu pequeno caderno contido com várias folhas brancas. Mas parece que nem aquelas aulas, ao contrário das outras vezes, traziam um sorriso ao seu rosto.
Ela voltou pra casa e encarou sua mãe carrancuda como sempre na cozinha, tentando preparar algo para o jantar e seu pai no sofá, bebendo cerveja e assistindo a mais um jogo de futebol. Não importa, dava até vergonha de admitir que aqueles eram seus pais.
- Oi, Mike! - Demi disse, dirigindo-se ao seu irmão que estava no quarto, fazendo o dever de casa do mês que vem, talvez. O garoto era um gênio não valorizado.
- Oi, Demi! - Mike respondeu, meio entediado e ela se jogou na cama, tirando os sapatos com as pontas dos dedos - o porco está lá em baixo de novo, o sofá vai criar fungos se ele continuar sem procurar um emprego!
- Eu acho que já deve ter criado fungos... - Demi respondeu, vaga, e tinha razão. Então ela se levantou e antes de beijar a testa do seu irmão para fazê-lo sorrir, disse - mas não se preocupe, assim que eu arranjar um emprego, nós nos mandamos daqui e ele nunca mais vai ver a gente!

Àquela noite foi mais uma briga, alta e insuportável como sempre. O menino de treze anos saiu de seu quarto, inteligente, porém assustado e caminhou lentamente até o quarto de sua irmã, à procura de um pouco de carinho que com certeza encontraria nela.
Ela se sentou e viu, parado à porta, um menino com olhos marejados implorando silenciosamente por amor e ela se lembrou que ele era o único motivo por ainda suportar tudo aquilo. Se sentou e ergueu seu lençol, convidando-o para se deitar junto a ela e assim ele o fez, ela o abraçou e os dois dormiram, vencidos pelo cansaço. E para que no dia seguinte, reiniciasse tudo outra vez.
- Obrigada, Loss! - Demi agradeceu à garota atrás do balcão com quem sempre comprava seus cadernos de desenho, outra rebelde, mas esta era por simples escolha, usava mechas roxas no cabelo e estava sempre mascando um chiclete, teclando com suas unhas pretas, o amarelo de sua blusa era apenas o uniforme da loja. Obrigatório.
- De nada, Demi! - respondeu, cordial como sempre - aí, já viu o cara novo? - apontou para um dos novos clientes que estava apenas avaliando alguns cds da loja. Demi olhou brevemente e esperou Loss continuar -O mauricinho é filho de um dos magnatas da cidade, mas vem aqui todos os dias a uma semana e fica olhando os cds de rock, mas nunca compra nenhum!
- Qual é a dele?
- Eu não sei - deu de ombros - é um babaca! - a verdade era que Loss gostava de falar mau de seus clientes, achava um defeito em qualquer um, mas em Demi não, até porque ela era a única que a escutava.
- Se quiser dizer algo, por favor, diga diretamente a mim! - o rapaz disse, despertando a atenção das duas curiosas. Bom, uma voltou ao seu trabalho, a outra, o desafiou, continuou olhando, o que o fez sorrir.

Próxima parte...

Oiii lindas!
Eu terminei essa mini, está dividida em 9 partes, então se eu tiver pelo menos cinco comentários até amanhã, eu posto TODO DIA, é uma promessa!:)
Bem vindas novas seguidoras!uhuuuuuu kkkk
Pessoal, minha mãe me deu um remédio que me deixou dormindo por quase um dia inteiro, mas o lado bom é que minha dor de cabeça passou e eu to soltando fogos até agora aqui!kkkkk
Bom, sobre essa mini, eu queria dizer que pus muita coisa da minha vida nela, mas nem tudo aconteceu, apenas a maioria!hahaha
o fator daí de cima aconteceu até meus dez anos de idade, mas se vocês pensam que melhorou depois disso, estão MUITO enganadas, só piorou!kkkk
Bom, é isso!
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Beijos!

19 março 2013

Em busca da verdade - capítulo 12

Aquela com certeza fora uma das noites que eu jamais vou esquecer.
Joe estava fazendo suspense, dizendo que me levaria pra um lugar diferente, não para ele, mas que eu não estava acostumada e que precisava experimentar. Quando chegamos no tal local, a música tocava muito alta, pessoas estavam se empurrando para todos os lados, pulando, dançando e a guitarra chorava sem parar, era a rebeldia acumulada em um só ambiente. Definitivamente me senti sufocada.
Joe: toma, bebe isso, vai se sentir melhor! - ofereceu um copo pra mim quando percebeu meu incômodo mais do que natural -
Demi: eu não bebo!
Joe: não tenha medo! - insistiu e eu bebi, imediatamente sentindo minha garganta queimar e reprimi os olhos como reação - vai com calma! - sorriu -

O álcool surtiu efeito no meu organismo rapidamente, logo eu estava dançando junto à aquela gente amontoada e...me sentia bem com isso. Joe aproveitava a situação pra passear com suas mãos por meu corpo enquanto também dançava, nos provocávamos, mas bastou um instante de sua distração para que eu me perdesse na multidão e me afastasse dele.
xxxxx: ei, gata, o que você faz aqui sozinha, heim? - um homem que eu nem tinha ideia de quem seria me pressionou contra a parede e me segurou pelo rosto. Podia estar bêbada, mas tinha plena consciência do que se passava -
Demi: me solta!
xxxxx: ah, qual é, gata, vamos nos divertir um pouquinho!
Joe: solta ela! - apareceu e eu sorri, aliviada -
xxxxx: e o que você ai fazer? - desafiou -
Joe: solta ela! - ameaçou e o cara me beijou à força, na frente de Joe que deu um soco no cara em seguida. O homem caiu no chão, mas logo se levantou e partiu pra cima de Joe. Ele era alto demais e não adiantaria qualquer tentativa de defesa que viesse de Joe, ele estava apanhando feio de mais dois caras que vieram só pra piorar a situação -

Eu gritava alto, na esperança de que eles me ouvissem e parassem, mas nada aconteceu, muito pelo contrário, a situação só piorou. Os valentões só terminaram com os golpes quando Joe mau podia se mexer no chão, eu me abaixei e o deixei meio sentado para que pudesse me ouvir.
Demi: Joe, por favor, fala comigo! - algumas lágrimas de desespero saíram de meus olhos enquanto eu tocava levemente seu rosto e o sangue de seus ferimentos sujava a ponta de meus dedos -
Joe: você... - disse, fraco - você... - tentou terminar a frase, mas eu tapei seus lábios com o dedo indicador -
Demi: não precisa falar nada! Eu vou ligar pro Taylor e talvez ele venha nos buscar!
Joe: você me ama! - disse por fim, forçando ao máximo um sorriso pra mim e eu sorri de volta -
Demi: você também! - disse e cheguei bem perto para depositar em seus lábios o beijo mais delicado que já dei -

Liguei para Taylor como havia prometido e logo estávamos no hotel.
Taylor: o que é que deu em você, cara, você nunca foi de brigar desse jeito! E ainda por cima embebedou a Demi!
Demi: eu to bem!
Taylor: então me explica esses olhos vermelhos!
Demi: isso não significa nada!
Taylor: significa que você estava até duas da manhã com ele - apontou pra Joe - fazendo besteira e estariam em Deus sabe onde se eu não tivesse chegado! - Joe riu de leve, ainda machucado e bêbado, nós olhamos confusos pra ele - o que foi?
Joe: você. - respondeu, simples - Acha que manda em mim! - se levantou e me abraçou pela cintura - acha que manda em nós! - Taylor nos encarou, entortando o maxilar brevemente, indignado -
Taylor: tudo bem! - deu de ombros - a vida é de vocês! - e saiu, percebendo que eu não protestaria -

Olhei dos lábios de Joe até seus olhos depois que Taylor saiu, ele me olhava com um ar vitorioso, como se tivesse vencido algo, como se eu fosse um prêmio, me apertou mais pela cintura e roçou nossos lábios. O que eu to fazendo?
Eu estou quebrando minha promessa, estou me submetendo...e eu estou gostando disso!

Próximo capítulo...

Oi, não vou poder responder aos comentários dos desabafos, mas eu agradeço a cada um deles, vocês são incríveis e isso aqui não seria possível sem vocês! E posso dizer, alguém aí esteve orando por mim porque a dor na cabeça aliviou, não passou, mas aliviou e eu não tenho uma crise faz três dias, então agradeço a Deus e quem orou por mim também!
Nota especial pra Jéss porque eu não to conseguindo comentar no blog dela e ela não comentou no meu útlimo capítulo, então ingorem esse trecho: Linda, eu acompanhei seu blog desde o início, então sei do que você é capaz, você tem talento e tenho certeza de que já chegou a uns 11 ou 12 comentários e eu NUNCA cheguei nem a 10, em nenhum dos blogs, e olha que você não tem nem seis meses ainda com seu blog e pode apostar que antes de você completar um ano, vai estar com mais de cem seguidores e eu fico muito orgulhosa de ter acompanhado cada passo seu, você sim tem motivos pra continuar, então não pense em desistir, porque mesmo que seja pra acontecer, ainda tá muito cedo! Beijusss
Comentários respondidos do capítulo passado aqui
Beijos

17 março 2013

A dor ainda não sessou, mas se tornou suportável para uma garota que se acostuma com tudo!


Eu acordo e a primeira coisa que eu penso é em tudo que eu terei de enfrentar novamente por uma causa que muitas vezes eu esqueço e talvez nem valha a pena! Mas daí eu lembro POR QUEM eu luto e é isso o que me faz respirar fundo e esquecer a alma cansada que desde tão menina eu já carrego.
Tenho apenas quinze anos, no dia trinta de Julho completarei dezesseis, mas posso dizer com toda a certeza do mundo que eu já estive no fundo do poço, já provei meu próprio sangue e vi minha desgraça acontecer, vi a morte querendo levar aqueles que eu mais amava, e vi ela querendo levar a mim mesma, mas por alguma porcaria de motivo, algo sempre a impedia.
Eu sinceramente não sei, nem imagino que porra de motivo seja esse, porque depois de tudo que eu já até testemunhei, não acredito mais em um inferno. O inferno é aqui, onde vivemos e lutamos todos os dias por um lugar melhor pra se viver, não só por nós, mas por nossos filhos também!
Ao longo dos anos fui adquirindo uma certa habilidade em questionar as coisas, desde a pedra que eu piso na rua até Deus, e posso dizer que eu aprendi muita coisa, ganhei uma consciência que poucos na minha idade tem e por falta disso se perdem na rua por aí, caindo em tentações humanas, não sabem nem o que é gostar de alguém de verdade e acham que um beijo na boca já diz "eu te amo!". Ah, por favor, né?
Não, eu não estou querendo me engrandecer, até porque essa é a coisa que eu mais evito desde que eu descobri que tinha esse terrível defeito: egoísmo!
Eu me torturava todos os dias achando que a vida dos outros seria bem melhor se eu não existisse, mas NÃO, não seria. Então agora: FODA-SE QUEM NÃO GOSTA DE MIM!
Quando eu me libertei disso, do fato de ser uma completa besta e idiota, as pessoas começaram a me chamar de egoísta, mas eu tenho a plena certeza de que não sou, nem serei, até porque se fosse eu já teria fugido de casa a muito tempo! Eu já até comentei em um dos meus desabafos aqui no blog que nem em brincadeira eu minto sobre um "eu te amo", e se não amo, não digo, porque eu sei o quanto uma porra de uma mentira dessa faz no coração da gente!
Vocês, minhas amigas daqui, sabem muito bem que eu estarei com vocês SEMPRE que precisarem de mim PRA QUALQUER COISA por que eu amo vocês demais!
E é pra vocês que eu continuo com as fics, mas eu não sei até quando, porque eu realmente to doente. Tenho um problema de pressão que quando eu fico nervosa demais, minha pressão diminui de uma tal forma que eu ganho uma aparência assustadora de morta, exceto pelo fato de estar consciente, minha pulsação fica quase zero!
E essas crises tem se tornado mais frequentes, de modo que eu não consiga passar mais um dia sem ficar nervosa, sem falar rápido demais ou com as mãos geladas(sinal que eu dou quando estou com medo). Eu já fiz os exames e to tentando seguir uma dieta pra diminuir com isso, mas tem um fator, um sintoma que eu ainda não descobri porque é. Uma dor muito forte de cabeça.
Eu sinto essa porcaria TODOS OS DIAS, A TODO MOMENTO, já tomei inúmeros comprimidos, já fiz tomografia, não deu em nada e nunca passa! Mas beleza, eu aguento, não tenho escolha mesmo!
Enfim, muito obrigada a todas que se importaram em deixar uma mensagem de incentivo aqui, vocês não tinham obrigação nenhuma de fazer isso, então obrigada mesmo!
E quanto às fics, eu to escrevendo uma mini que se chama "Life Choices" que eu meio que me baseei em um pouco da minha vida. Espero que gostem, posto assim que estiver pronta!
Beijos