Por que Paul Jonas estava naquele hospital?
Muito simples, mas vou deixar que ele mesmo conte isso.
Quando chegou em casa naquela tarde, sua cabeça estava a mil por hora, vários pensamentos o rondavam e ele não tinha ideia de qual escolher, mas sabia que uma decisão teria de tomar e era muito melhor concertar seus erros agora, antes tarde do que nunca.
- Oi, meu amor! - disse, abraçando a esposa por trás que estava apenas olhando alguns porta-retratos na cabeceira da cama, lágrimas leves descendo pelos cantos dos olhos, causadas pela saudade de tempos que não voltam, infelizmente.
- Oi, querido, voltou cedo! - a mulher observou.
- Tive alguns problemas... - mentiu, depois de beijar o pescoço delicado da dama, então notou algo - por que estava chorando? - ela se limpou rapidamente, forçando um sorriso - não adianta, eu vi!
- Não é nada...como foi no trabalho?
- Tudo normal...Denise...olha pra mim! - pediu, meio que penalizado - eu te amo e sempre, sempre vou te amar, nunca duvide disso, ouviu? Você me deu o maior presente do mundo ao dar a luz àquele menino o qual eu sinto tanto orgulho. Eu amo você! - lágrimas brotavam do rosto de ambos enquanto as palavras de Paul eram proferidas, mas por motivos diferentes.
Um beijo ardente, tanto de saudade quanto de culpa surgiu ali, era o que Denise tanto precisava. Coitada! Mau sabia ela que era apenas uma despedida...
A tarde foi apenas para dois amantes naquele quarto, aproveitando e resgatando todo tempo que tinham perdido, mas ele ainda tinha mais alguns erros que concertar e não haveria mais tempo a perder. Esperou Joseph mais umas horas até que ele chegou da escola, então se sentou pra conversar com o garoto que obviamente estava achando tudo muito estranho, mas concordou mesmo assim.
- Primeiramente eu queria te pedir desculpas por tudo o que te fiz até agora, Joseph, sinceramente eu não sabia que estava sendo um pai tão ruim...- foi interrompido.
- Eu sei que você só fez tudo isso porque queria o meu bem e sei que foi tudo só uma reflexão do que seu pai lhe ensinou, eu sei disso tudo, e não o culpo!
- Não?
- Não! Por que culparia? Você só tá fazendo o seu trabalho de pai, talvez eu não saiba mesmo o que é melhor pra mim e talvez eu ainda vá precisar do senhor por mais alguns anos, então por que reclamar?
- Meu filho, não é bem assim, escuta, nós pais não somos perfeitos, e eu devia ter consciência disso muito antes de ter cometido todos aqueles erros, inclusive com sua namorada!
- O que é que tem a Demi?
- Ela é uma boa garota e eu a julguei mau...me desculpe!
- Pai, você tá bem?
- Não importa, eu só...não quero que você seja como eu fui em toda minha vida, cego pelo dinheiro e não reconhecendo o que realmente vale à pena! Me desculpe, meu filho! Eu te amo, e quero que nunca se esqueça disso, tá bem? - se levantou e Joe também, abraçando o pai.
- Obrigado! - sussurrou o garoto, ao ouvido do pai que apenas se aliviou por ele ter entendido.
Naquela noite, às 21:00, Paul saiu de casa, indo em direção a uma paisagem na cidade, usando apenas uma roupa de frio. Ele ficou esperando, esperando...até que a morte chegou, e ele a recebeu de bom grado, sendo levado lentamente para outro plano...
Muitas pessoas aproveitam a vida como se não houvesse amanhã, porque realmente pode não haver, outras acham que o amanhã nunca chegará. Mas Paul teve a sorte de saber quando esse amanhã chegaria e aproveitou o HOJE para se redimir e assim, aproveitou sua vida plena na eternidade do paraíso!
Descanse em paz!
Próxima parte...
Gente, eu escrevi esse capítulo sem pensar nessa música, mas estava escutando hoje e percebi que é perfeita pra essa parte:
Divulgação: Behind these hazel eyes
Dois mundos colidem
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Beijos